Como começar a investir: Confira este passo a passo
- Contador SC
- 26 de ago. de 2019
- 4 min de leitura
Muitas pessoas perdem oportunidades no mercado financeiro por não saberem exatamente como dar os primeiros passos. A dúvida a respeito de como começar a investir é bastante comum e deve ser superada.
Neste artigo, vou apresentar um passo a passo sobre como começar a investir. São orientações que você pode colocar em prática desde já para aplicar seu dinheiro com inteligência. Essa sequência é útil também para quem já investe, mas tem alguma dificuldade em priorizar e estabelecer objetivos.
Um erro a ser evitado
É compreensível alguém se sentir aflito por não saber como começar a investir. Porém, isso não pode ser motivo para cometer um ingênuo erro que tem se repetido no Brasil, que é pesquisar por produtos no mercado financeiro em busca da maior rentabilidade possível. A falha nessa postura está em acreditar que rentabilidade é o único fator a ser considerado em escolhas de investimento.
Determinado produto pode até fazer o seu dinheiro se multiplicar mais rapidamente. Mas isso, necessariamente, faz dele a melhor opção? Produtos mais rentáveis envolvem maiores riscos e são adequados a pessoas com perfil arrojado. É recomendável que os chamados marinheiros de primeira viagem sejam mais comedidos em relação ao risco.
Carteira de investimentos deve refletir a sua necessidade
Rentabilidade acima de tudo? Talvez esse não seja o caminho mais prudente. Não quero dizer que você deva ganhar menos, mas sim que seus investimentos precisam refletir suas necessidades.
Há produtos financeiros para os mais diversos perfis, com vantagens e desvantagens. Cada um deles se adapta melhor a determinadas características que o investidor apresenta no momento em que aplica, identificadas, normalmente, pelo questionário chamado Avaliação do Perfil de Investidor.
Digamos que seu foco seja a construção de uma reserva de emergências. Naturalmente, você deve preferir produtos que apresentam boa liquidez, pois pode precisar ter acesso àquele dinheiro de forma imediata. Por outro lado, uma construção de prazo mais longo permite abrir mão da liquidez em nome de maior rentabilidade.
Uma boa carteira de investimentos é aquela que respeita, portanto, um projeto bem estruturado de alocação de ativos. Veja abaixo quais são os passos a serem seguidos para aplicar seu dinheiro com inteligência.
1º passo: avalie seu consumo
Antes de avaliar quais produtos são mais adequados ao seu perfil, existe uma etapa fundamental. Você deve analisar sua cesta de consumo mensal para verificar se o seu dinheiro está sendo bem gasto, e se seu orçamento possui flexibilidade suficiente para lidar com imprevistos.
Esse exame das próprias finanças vai lhe ajudar a detectar problemas que, mais à frente, poderiam prejudicar os investimentos. Um desses problemas é a falta de verba destinada a atividades de lazer. Isso mesmo, aqueles gastos que nos dão mais prazer são muito importantes para quem deseja entender como começar a investir.
Um orçamento que contempla atividades de lazer ou qualquer outro gasto relacionado a qualidade de vida tende a ser mais flexível. Em caso de imprevistos, essa pessoa pode remanejar tais gastos para cobrir despesas emergenciais. Por outro lado, um orçamento engessado e repleto de dívidas tira a desejável maleabilidade para lidar com imprevistos.
Em resumo, pessoas com um orçamento mais saudável ficam menos dependentes de investimentos com liquidez imediata.
2º passo: construa uma reserva de emergências
Quem deseja entender sobre como começar a investir deve se atentar para a reserva de emergências, necessária para lidar com imprevistos e oportunidades. É um carro que quebra, um acidente doméstico ou uma oportunidade de fazer um curso a um preço vantajoso quando pago à vista, por exemplo. Há muitas situações em que a reserva de emergências pode ser acionada.
Começar a investir sem ter uma reserva de emergências significa que seu esforço inicial deve ser para construí-la. Isso quer dizer foco total em produtos de liquidez imediata. Quem já possui uma reserva de emergências pode iniciar sua jornada no mercado financeiro com escolhas mais diversificadas.
A reserva de emergências deve ser composta, em média, por um valor equivalente a três meses de gastos totais do seu orçamento doméstico. Para quem possui um emprego sem grande estabilidade, a recomendação é de seis meses, para uma tranquilidade maior.
3º passo: desenhe um projeto de previdência
A discussão a respeito da reforma da previdência dominou as manchetes dos jornais nos últimos meses. Mas tenha certeza que após a aprovação da proposta atual, outras reformas poderão acontecer no futuro. Por isso, é recomendável que as pessoas não dependam do dinheiro da previdência pública durante a velhice.
A melhor estratégia é se preparar desde já para uma vida tranquila após a aposentadoria. Isso significa adaptar a carteira de investimentos à necessidade de construir uma reserva para o futuro.
Como fazer isso? Existem planos de previdência específicos para esse fim, mas eles não são a única opção. A parcela da carteira focada na aposentadoria pode ser composta por produtos de baixa liquidez e alta rentabilidade. Essa estratégia possibilita ganhos mais substanciais em longo prazo.
Lembre-se que a previdência deve garantir uma renda mensal confortável para sua vida durante a aposentadoria.
4º passo: amplie sua carteira para produtos de maior risco
O cumprimento dos três passos iniciais garante uma liberdade de escolhas muito interessante. A partir deste momento, é plausível dar o quarto passo e diversificar a carteira com produtos de maior risco. São aqueles ativos que oferecem alto potencial de rentabilidade, mas podem implicar em perdas pontuais. Fundos de ações e fundos multimercados mais agressivos e de menor liquidez são bons exemplos.
O investimento em renda variável ajuda na construção de objetivos com maior flexibilidade. Caso os ganhos sejam favoráveis, é possível concretizar essas metas mais rapidamente. Se o resultado não for o esperado, esses objetivos podem ser postergados por não terem um caráter emergencial.
Veja um caso que ilustra bem essa realidade. Imagine que você possui um carro e deseja trocá-lo por um modelo que custa 50 mil reais mais caro. Uma carteira de ações pode ser montada com o foco específico de reunir esse montante. Caso a estratégia dê errado em um primeiro momento, você poderá adiar a troca. Se der certo, a troca será antecipada.
Fonte: Gustavocerbasi.com.br/
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