Dicas para delegar tarefas, com idalberto chiavenato
- Contador SC
- 1 de dez. de 2020
- 3 min de leitura
As tentativas da administração de cúpula para descentralizar o processo decisório esbarram muitas vezes na inabilidade dos gestores em delegar. Alguns gestores são muito ligados às suas responsabilidades e não sabem delegar tarefas e decisões aos demais.
Dificuldades em delegar ocorrem por várias razões: os gestores ficam mais confortados tomando decisões rotineiras; sentem que perdem status quando delegam aos subordinados; acreditam que fazem melhor do que os outros ou têm aversão ao risco de delegar. Assim, não delegam, mantêm consigo a total responsabilidade pelo desempenho e “ficam amarrando as coisas”.
A descentralização oferece muitas vantagens à organização. As decisões são tomadas no nível adequado e mais próximo ao local e foco; os empregados nos níveis mais baixos ficam mais motivados e empoderados; as pessoas têm oportunidade de desenvolver habilidades de tomar decisões. As barreiras para a delegação precisam ser ultrapassadas para obter essas vantagens.
Daft sugere a seguinte abordagem para cada gestor delegar tarefas mais eficazmente:
Dicas para delegar tarefas
Delegue a tarefa integral: o gestor deve delegar a tarefa inteira a uma só pessoa e não dividi-la e fragmentá-la entre várias pessoas. Deve oferecer responsabilidade total e incentivar iniciativa das pessoas enquanto fica com o controle dos resultados.
Selecione as pessoas certas: nem todas as pessoas têm as mesmas capacidades e motivação. Para delegar eficazmente, o gestor deve saber identificar os subordinados capazes de tomar decisões independentes e que mostram desejo de assumir mais responsabilidades.
Delegue autoridade e responsabilidade: atribuir apenas uma tarefa não é delegação. A pessoa deve assumir autoridade e responsabilidade de completar a tarefa, trazer resultados tangíveis e autoridade para desempenhar da maneira que julgar melhor. Isso envolve autonomia, liberdade, empoderamento.
Proporcione capacitação completa: delegação bem‑sucedida inclui informação sobre o quê, quando, por que, onde, quem e como. O subordinado deve compreender claramente a tarefa, como executá-la e os resultados esperados. Também deve anotar os recursos e competências necessários e quando e como os resultados deverão ser relatados.
Ofereça retroação constante: retroação ou feedback significa linhas abertas de comunicação entre perguntas do subordinado e orientação recebida, sem exercer controle demasiado. Linhas abertas de comunicação facilitam a confiança do subordinado, e a retroação conduz o subordinado na linha certa.
Avalie e recompense o desempenho: o gestor deve avaliar os resultados da tarefa quando completada, e não os métodos. Quando os resultados não alcançam a expectativa, o gestor deve mostrar as consequências. Quando alcançam a expectativa, deve recompensá-lo pelo trabalho bem feito, em tempo real e com orgulho. Recompensas financeiras ou simbólicas e delegação de novas atividades fazem uma enorme diferença.
Avaliação crítica: você é um delegador positivo?
A delegação positiva é uma maneira pela qual as organizações implementam e estimulam a delegação. Porém, como ajudar ou estimular o processo de descentralização? Se você responder sim a mais que três das perguntas seguintes, você certamente tem algum problema em delegar:
Eu costumo ser perfeccionista.
Meu chefe espera conhecer todos os detalhes do meu trabalho.
Não tenho tempo suficiente para explicar claramente aos outros como a tarefa deve ser executada.
Eu gosto de terminar todas as tarefas.
Meus subordinados não estão tão envolvidos quanto eu.
Eu fico irritado quando as outras pessoas não fazem direito as coisas.
Eu gosto de fazer todos os detalhes do meu trabalho com o melhor da minha capacidade.
Eu gosto de ter o controle total dos resultados das tarefas.
IDALBERTO CHIAVENATO
Idalberto Chiavenato é Doutor (PhD) e Mestre (MBA) em Administração pela City University of Los Angeles-CA, EUA, especialista em Administração de Empresas pela FGV-EAESP, graduado em Filosofia/Pedagogia, com especialização em Psicologia Educacional pela USP e em Direito pela Universidade Mackenzie. É professor honorário de várias universidades do exterior e renomado palestrante ao redor do mundo. É autor de mais de 30 livros das áreas de Administração, Recursos Humanos, Estratégia Organizacional, Comportamento Organizacional publicados no Brasil e no exterior. É fundador e presidente do Instituto Chiavenato, conselheiro do CRA-SP e membro vitalício da Academia Brasileira de Ciências da Administração onde ocupa a cadeira nº 47. Recebeu dois títulos de Doutor Honoris Causa por universidades latino-americanas e a Comenda de Recursos Humanos pela ABRH-Nacional.
Fonte: Gennegociosegestao.com.br/
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