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Função da Contabilidade

  • Contador SC
  • 27 de jul. de 2022
  • 3 min de leitura

De forma resumida, a Contabilidade pode ser definida como ciência que estuda, interpreta e registra os fenômenos que afetam o patrimônio de uma entidade, e como uma ciência social evolui acompanhando o desenvolvimento da sociedade, e como afirma Iudícibus (2010, p. 4) “a função fundamental da Contabilidade tem permanecido inalterada desde os primórdios”.


A Contabilidade se aproveitou do avanço da tecnologia para captar os fatos contábeis e registrá-lo por meio de sistemas de informações que se interagem e se integram com informações do ambiente externo e interno para gerar e processar os fatos contábeis que são analisados e transformados em relatórios com informações mais seguras e tempestivas para a tomada de decisão. Marion (2010, p. 27) acrescenta que a Contabilidade pode ser definida como “sistema de informação destinado a prover seus usuários de dados para ajudá-los a tomar decisão”.


Warren Buffet, empresário e investidor, uma das pessoas mais ricas dos Estados Unidos, afirma que a Contabilidade é a linguagem dos negócios, por fornecer informações precisas no que diz respeito às ações humanas dentro das empresas.


Contabilidade como linguagem universal dos negócios

Mais de 135 países já adotaram os padrões internacionais de Contabilidade denominados International Financial Reporting Standards (IFRS), como forma de tornar a Contabilidade uma linguagem universal na qual as demonstrações financeiras sejam publicadas seguindo uma mesma base de princípios.


Dessa forma, torna-se possível comparar empresas com mesmo tipo de negócio e estrutura, possibilitando aos investidores dos mais diversos pontos do mundo escolher em que empresa investir.

Na relação dos países que adotaram integralmente o IFRS destacam-se: Rússia, Arábia Saudita, Iraque, Mongólia, África do Sul, Nigéria, Libéria, Canadá, México e Bolívia. Aqueles que permitem que seja publicado em IFRS, destaque para os Estados Unidos e o Japão.


Países como China, Índia, Indonésia não adotaram nem permitem a publicação em IFRS. Em 2005, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) criou pela Resolução nº 1.055 o Comitê de Pronunciamento Contábil (CPC), formado pelas entidades abaixo descritas cujo objetivo é o estudo, o preparo e a emissão de pronunciamentos técnicos sobre procedimentos de Contabilidade levando sempre em conta a convergência da Contabilidade brasileira aos padrões internacionais, primeiro passo para que ocorresse um ligeiro avanço na Contabilidade brasileira. Comitê de Pronunciamento Contábil (CPC), composição:


• ABRASCA – Associação Brasileira das Companhias Abertas;


• APIMEC – Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais;


• BOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo;


• FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras;


• IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil;


• CFC – Conselho Federal de Contabilidade.


No entanto, foi mesmo a partir de 20082 que a Contabilidade no Brasil deu um grande salto, com a adoção dos padrões internacionais de Contabilidade, as IFRS, para elaboração das demonstrações financeiras, e sem a interferência de viés fiscal, da chamada “Contabilidade para o fisco”.


E em 2010,3 o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) foi definido por lei como a entidade com a prerrogativa de normatizar sobre os princípios contábeis, sem nenhuma necessidade de leis.


Portanto, a Contabilidade passa a ser elaborada considerando a essência dos fatos, e não mais a forma jurídica, com informações mais úteis para o seu principal usuário, o dono, sócio ou acionista, pois deixa de seguir regras e leis para se basear em princípios que evoluem à medida que a sociedade evolui orientada pelas Normas Contábeis editadas pelo CFC.


Espera-se que a adoção das normas internacionais de Contabilidade possa facilitar a captação de recursos de investidores nacionais e internacionais no mercado de capitais, como também facilitar o acesso aos créditos com juros menores nos bancos e financeiras com informações contábeis mais confiáveis.


SÉRGIO DE IUDÍCIBUS

É professor titular aposentado (Emérito) do Departamento de Contabilidade e Atuária da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/ USP). Atualmente, é professor do Mestrado em Ciências Contábeis e Financeiras da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e membro do Conselho Curador da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI). Foi Visiting Professor da Universidade de Kansas, nos EUA, quando, em 1986, ministrou, no Mestrado dessa instituição, as disciplinas Contabilidade Gerencial e Seminários de Teoria da Correção Monetária Contábil. Associou seu nome a uma importante etapa da evolução da Contabilidade no Brasil, quando, em 1962, juntamente com outros pioneiros, iniciou a mudança do ensino e da pesquisa em Contabilidade, lançando as bases de uma linha de pensamentos mais voltada para as necessidades do usuário da informação contábil. Exerceu, em várias gestões, a Chefia do Departamento de Contabilidade e Atuária da FEA/USP, bem como foi seu Diretor entre 1979 e 1983. Também exerceu a função de Diretor de Fiscalização do Banco Central do Brasil.


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