Giros e Ciclos Contábeis
- Contador SC
- 28 de jul. de 2022
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Os giros são conjuntos de circulações. Os ciclos são os conjuntos de giro.
Sobretudo, devemos desmitificar a noção de giro como igual à “saída” de capital, é uma visão vulgar.
Na realidade, o giro não é apenas saída, esta constitui uma das etapas do mesmo fenômeno rotatório, ou de rotação.
Veja bem “rotação”. Isto que é o giro.
Conforme as teorias modernas da Contabilidade, o giro nada mais é que a renovação, ou seja, o nível que o bem renova na empresa, ou se transforma em dinheiro, ou até mesmo se exige o dinheiro.
Giro em termos mais técnicos, constitui-se como o conjunto de circulações, ou permutas do capital.
Quando se tem o dinheiro, se compra o estoque, este é vendido, transformado em faturamento, recebido, e volta a se formar em dinheiro, temos um primeiro giro de caixa, que permite saber qual é o ciclo comercial, mas neste giro de caixa, tivemos diversas outras rotações.
Nestas noções, que devemos entender tal fenômeno patrimonial, fundamental para a economia, e para a gestão das empresas.
O primeiro elemento a ser considerado fundamental de ser renovado, são os investimentos.
Todavia, do mesmo modo que os valores investidos podem se transformar em dinheiro, serem recebidos, e gerarem recursos financeiros para o pagamento, há giro das exigibilidades.
Ou seja, os giros podem ser atinentes às dividas que o capital possui, de modo, que transformem valores exigíveis em mais dívidas a serem pagas.
A dívida aparece, o estoque se compra, depois temos a venda, depois o recebimento, e assim o pagamento da dívida. Um primeiro giro aconteceu.
A rotação dos investimentos e das dívidas é fundamental para medir a sanidade de uma empresa.
Chamamos pois, a soma de giros, como ciclo na empresa.
O ciclo das dívidas, constitui a soma dos giros dos fornecedores, dos empréstimos, dos salários, dos dividendos, das obrigações financeiras, entre outras.
O ciclo comercial constituí a soma dos giros dos estoques, dos créditos, até a formação do caixa.
O ciclo financeiro constitui a soma do ciclo comercial, mais os giros de caixa, menos o ciclo das dívidas.
Portanto, temos diversos ciclos como soma dos giros.
Até mesmo temos um ciclo de estocagem, se fomos somar os giros dos materiais, dos materiais secundários, dos materiais de embalagem, dos produtos prontos, etc.
Portanto, quanto mais somamos os giros, mais temos um determinado ciclo.
É lógico que o giro dos investimentos sempre deverá ser maior que o giro dos financiamentos.
Há regras gerenciais que não podem falhar.
No entanto, o fundamental a observamos em matéria de giro, nestes casos, é se as vendas crescem junto com as unidades de variação.
Não basta ao estoque, por exemplo, girar cerca de 12 vezes no ano, importante, é que as vendas evoluam com o mesmo nível de recurso estocado, se isso acontece, podemos dizer que a empresa está tendo retornos juntamente com as transformações em dinheiro.
Infelizmente, há casos de bens que não se transformam em dinheiro, porque são lentos demais, este figuram como inchaços, como doenças financeiras, como agraves patrimoniais que não permitem o lucro, muito menos a dinâmica, neste caso, a variação das vendas é fundamental.
Mesmo usando em muitos cálculos as vendas para a mensuração do giro financeiro, fundamental é que a entendamos como o aumento da renovação pelo próprio volume mercadológico, assim, as unidades ou vezes de renovação junto com as vendas, demonstram que a demanda daquela região traz muito mais retorno, e neste sentido, o capital está sendo por todo renovado.
Nas ocasiões que percebemos queda das vendas, e alto volume dos giros, é um indicio, senão prova, de uma corrosão do capital, portanto, sinal perigoso, e totalmente rechaçável nas noções administrativas, valendo o sentido que as renovações, ou rotações do capital sempre devem vir providas de maior aceitação do mercado, ou aumento dos volumes de vendas, sem dúvida alguma.
Prof. Rodrigo Antonio Chaves da Silva
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