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Você sabe o que são operações Long-short?

  • Contador SC
  • 13 de ago. de 2020
  • 3 min de leitura

Conforme abordei nas semanas anteriores, existem duas formas de investir em ações: à vista e a prazo. As operações à vista são aquelas em que os negócios são realizados e liquidados à vista.


No Mercado à Vista, é possível montar estratégias segundo a ordem em que as operações de compra e venda são realizadas (começando pela compra de ações, pela venda ou por meio de compras e vendas simultâneas).


Uma estratégia muito utilizada no mercado de ações é a Long-short. Nesta operação, compra-se e vende-se simultaneamente ações de uma empresa (nominais e preferenciais, por exemplo) ou de duas.


A execução dessa estratégia requer o aluguel das ações a serem vendidas e a adoção de critérios de seleção dos pares de papéis a serem negociados, que sejam condizentes com o objetivo específico perseguido.


Objetivos das operações Long-short

Os dois principais objetivos das operações Long-short são:


  • Direcionais: o investidor busca ganhar na oscilação de preços das cotações das duas ações, esperando variações relativas (para alta ou para a baixa ou ainda em direções opostas) diferenciadas entre os ativos negociados.

  • Redução do risco: considerando que as ações podem ser impactadas de formas diferente por um determinado fator de risco e ao entrar com posição contrária nessas duas ações, o movimento de uma ação no mercado pode minimizar o efeito na outra ação.

Na montagem das operações de long-short direcionais, quando escolhemos ações de duas empresas diferentes, uma na ponta compradora e outra na ponta vendedora, várias situações podem ocorrer com as ações envolvidas, levando a resultados positivos e negativos. Vejamos os possíveis resultados considerando a empresa “X” como ponta compradora e a “Y” como ponta vendedora:

Já a montagem da estratégia long-short para redução de risco está fundamentada na verificação de padrões na correlação entre as variações de preço de pares de ações. O foco dessa estratégia é a identificação dos fatores ou variáveis-chaves (por exemplo, a taxa de câmbio ou o preço de uma commodity), que podem afetar os preços das ações utilizadas na operação de maneira diferente.


Uma forma de identificar esses padrões é através do cálculo das médias móveis, obtido pela divisão das cotações dos ativos escolhidos. A partir da observação dos movimentos dessas médias móveis, podemos identificar oportunidades de entradas e saídas nas estratégias Long-short. Isto porque espera-se que o padrão histórico da média móvel seja restabelecido após os desvios temporários.


Partindo do pressuposto de que o comportamento das médias móveis pode ser utilizado como base para a construção da estratégia long-short para redução de risco, o aumento ou a queda no valor da média móvel pode sinalizar momentos de compra e venda das ações. Como exemplo disso temos as seguintes interpretações:


Situação nº1: aumento do valor da média móvel.

Diante dessa situação deve-se comprar a ação que caiu de preço (ou subiu menos) e vender a ação que subiu de preço (ou caiu menos), na expectativa de que na correção da média móvel essas ações tenham um efeito contrário que permitirá a redução da média móvel.


Situação nº2: redução do valor da média móvel.

Diante dessa situação deve-se vender a ação que caiu de preço (ou subiu menos) e comprar a ação que subiu de preço (ou caiu menos, na expectativa de que na correção da média móvel essas ações façam o movimento contrário para aumentar a média móvel.


Juliano Pinheiro é uma referência em Mercado Financeiro e Mercado de Capitais. Ao longo de mais de 30 anos, construiu uma trajetória profissional abrangente. Possui vivência prática como executivo em instituições financeiras e gestoras de investimento; participa de conselhos das principais entidades de regulação e autorregulação do mercado financeiro e dedicou-se ao ensino e à pesquisa acadêmica dentro e fora do Brasil.


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