Ficamos cada vez mais surpresos com as normas
- Contador SC
- 22 de abr. de 2021
- 3 min de leitura
Hoje a mídia contábil, com grande interesse no profissional, tem cada vez mais repetido palavras soltas, estas quando são analisadas, nos deixa a questionar que nível que chegamos em matéria normativa. E como regredimos em matéria de ciência.
As revistas científicas infelizmente hoje não informam; as de Contabilidade perderam na sua maior parte o cariz doutrinal que deveria ter a produção técnica de nossa profissão. Formação pouca, cálculo de programas demais (e não existe quem os domina em Contabilidade, muitos jogam os dados para a classe acadêmica bater palmas). Visão variada zero, e controle editorial total de uma linha apenas, a americana. Desse jeito nós vamos caminhando para o reducionismo acadêmico, tacanho, e a destruição da mente, por uma manipulação vagarosa de câmbios defeituosos de raciocínio, pelos verdadeiros. Por fim, o insulto pessoal para justificar-se os erros.
O profissional perde cada vez mais com a criação de conceitos vazios, e com o acúmulo de estatísticas de programas, cujas fórmulas por mais que externamente representem os cálculos clássicos, em essências não são explicadas. Seriam bom para os estatísticos lerem os artigos de Contabilidade, aí terão material provido, muito mais do que nós que estamos lendo este efeito artificial de conhecimento. Inequivocadamente, a patrimoniologia está sendo jogada no LIXO.
Agora fora isto, temos as reclamações de diversos profissionais que questionam porque a Contabilidade não é ciência mais, e sim norma, e a gente repete que é preciso cautela com as normas, quanto mais lemos, mais supressos ficamos. Será que somos tolos? Pensamos. Todavia, vamos retratar um caso apenas do que está na publicação destas normas. Há mais. Aqui vou tratar um fato apenas.
Vocês podem baixar a norma técnica de auditoria 200, no item 13, h, vamos a este conceito:
“ADMINISTRAÇÃO é a pessoa com responsabilidade executiva pela condução das operações da entidade.”
Tem mais erros nesta norma. Na verdade contradições. Confusões. Mas vamos focar neste. Está percebendo? Não? Vamos traduzir como seria a forma mais doutrinal em nosso ponto de visão modesto:
“O ADMINISTRADOR é a pessoa que lida com a gestão e governo do patrimônio da entidade.”
Esta premissa é correta. Só que nós a colocamos. Não confundimos a pessoa, o profissional, com a função acadêmica, ou a ciência.
Agora, o texto muda o início, ele diz:
“Administração é a pessoa com responsabilidade executiva…”
Quer dizer eles confundem o administrador com a administração. Ciência com o profissional que exerce. Está claro no texto.
Se ao menos se falasse do setor de administração, que no português deveria estar setor administrativo, mas não, eles dizem que “administração é a pessoa”. Pessoas podem se enganar, embora no texto, o “defines” da frase ESTÁ ABSOLUTAMENTE ERRADO.
Os que desconhecem a doutrina, e o conhecimento científico, sem dúvida vão engolir isso a goela abaixo, mas é lógico que está errado, eles confundem a ação, a ciência, com a pessoa.
Quem foi o legislador? Ele ganhou para isso? Quem se dedicou a isso fez absolutamente errado, normatizando uma das principais profissões com erros claros de substantivo material, com substantivo pessoal.
Este é um dos exemplos.
Quando alunos meus costumam discutir a questão de normas comigo, eu que dedico por semana horas para a atualização, fico pensando e tendo no fundo um pouco de dó de nós mesmos, pois, os alunos e colegas não têm culpa de ficar repetindo variadamente, conteúdos incertos, e eu como os estou aprofundando sempre, sou obrigado a quase que falar no vazio, por causa da onda modista das normas.
Ou seja, os que são favoráveis ao processo, quase que dogmático de suas mentes, NÃO ESTÃO SABENDO LER, os que dizem ser A MELHOR COISA DO MUNDO.
Só até esta parte da norma 200, eu achei outros DEFEITOS DE GRAMÁTICA (teórica) E LÓGICA.
É só estudar e fazer leituras perfunctórias, não precisa ter aprofundado os raciocínios que você verá se estou errado ou não. Nem precisam acreditar em mim. Vão nos sites, e baixem as normas, para atestarem as contradições pífias que o legislador faz e não as reconhece, e nós do campo doutrinal somos taxados como “desatualizados”.
Se o português é tratado assim, amanhã será que nós teremos SINÔNIMOS e PALAVRAS que devem ser respeitados conforme a materialidade da sua estrutura de indicação?
Prof. Rodrigo Antonio Chaves da Silva, ganhador do prêmio internacional de Contabilidade Financeira, da escola Neopatrimonialista
Comments